Carta-Demissão de Augusto Leonardo

 

É sabido pelo leitor que o Pensabundo vive de manchetes. É sabido que a calmidão atrapalha a vida de um opúsculo. É sabido que se nada acontecer, cabeças vão rolar. Todos no Pensabundo que se situam abaixo da linha do chefe sofrem algum tipo de pressão. O texto tem que sair. E isso não vinha acontecendo. Devido à falta de ação, tentei fazer uma promoção de aniversário do Pensabundo. Não rolou. Tentei sortear um KA 0km. Também não deu. Minha última alternativa era demitir alguém.
 
Uma vez que o pensabundo é uma organização em rede (assim como a Al-Qaeda) onde os nodos são independentes, não tenho poder sobre ninguém. Na falta de um subordinado, só restou a opção da auto-demissão. Por isso, caro leitor, deixo o Pensabundo, mas não levo mágoas ou rancor dos dias que aqui passei. Ficará na memória a lembrança de dias felizes onde todos eram alegres e sorridentes.
 
Fiquei um bom tempo no Pensabundo, o suficiente para ser apresentado ao editor-mor T. Olívio. Pela simples possibilidade de que agora posso reconhecê-lo ao andar na rua, acho que meu pedido de demissão não seria aceito. Por isso, no momento que vocês estiverem lendo isso, estarei bem distante, em uma ilha deserta ou em algum paraíso fiscal. Isso se conseguir escapar vivo dessa. Poderei voltar, caro leitor. Poderei desaparecer. Vocês poderão nunca mais ouvir falar de mim. Ou não.

 

Saio do Pensabundo pra entrar na história
Augusto Leonardo

Nota do editor: o referido acima foi procurado para comentar as declarações mas não foi encontrado.