Crítica aos críticos

 
Existem profissões ruins e boas; mal remuneradas e bem remuneradas; feias e bonitas; elegantes e nojentas. Dentre todas, acho que a mais fácil delas é a de crítico. De longe. Qualquer idiota pode ser crítico. Percebam que nesse exato momento eu critico os críticos. Estou sendo um crítico. E me divirto fazendo isso. Se quiserem que eu critique uma profissão por dia, fazê-lo-ei-o sem o menor problema.
 
Se você procurar a palavra crítico no dicionário encontrará o seguinte: crítico (do grego criticus): aquele que fala mal; masculino de lavadeira.
 
É basicamente isso. E é por isso que é fácil criticar: falar mal é fácil. Criticos de cinemas são alguns dos que me dão mais nojo. Sentam o porrete nos filmes. Agora, arranje um orçamente e mande eles fazerem um negócio bom, já que eles sabem tudo. Adivinha o que resulta? Aquela merda do cinema independente. Crítico de futebol é outra raça braba. Aquele bando de velho de merda falando mal de quem eles bem entenderem. Ora, se eles fossem bons eles estariam jogando ou, pela idade, estariam no banco comandando uma equipe. Essa é a razão pela qual 80% dos técnicos foge da pergunta quando a mesma requer que eles falem mal de algum colega (amanhã pode ser você, eles pensam).
 
A internet tem parcela de culpa nesse caso. Ela aje como se fosse o esterco na história da reprodução dos mosquitos da berne. Ou seja, ela é o lugar ideal pra qualquer idiota (esse não é o seu caso, caro leitor) escrever o que pensa. E qualquer outro idiota (agora sim é você) ler a asneira que o primeiro escreveu.
 
Entra também no caso a história da pouca benevolência de Deus quando da distribuição de cérebros no Brasil. Os mongos acham que internet é anúncio de puteiro e saem lendo tudo o que encontram. O papel do e-mail é o do ventilador no causo do arremesso de merda contra o próprio: serve pra proliferar idiotices entre amigos. E assim vamos nós cada vez mais rapidamente para o fundo do poço no quesito cultura.
 
E dizem que internet é uma droga. Isso é meia verdade. A droga existe, mas está em frente ao monitor. (Augusto Leonardo).